sábado, 2 de agosto de 2008

CARA PÁLIDA
(À Bidiá, filha da aldeia indígena do Bananal, Peruíbe-SP)



Deixa minha gente brincar
Viver
Cantar
E dançar como quiser...

Queremos caçar
Pescar e preservar a natureza

Não venha com seus costumes
Conceitos e manias
Deixa-nos andar descalços
Sentir a terra e ser feliz

Cara pálida
Quer você queira ou não
O sol sempre brilhará...
Deixa nossos filhos brincarem
Viverem como os pássaros
Voando livres
Longe das gaiolas

Suas correntes invisíveis
Impedem nossa caminhada
Construindo muros imensos
Ocultando as estrelas

Hei cara pálida.
Nosso Deus não é um ser
Que vive acima das estrelas
Nosso Tupã é o sol
A chuva e os rios.




Destino Cigano, Santiago Dias

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