CARA PÁLIDA
(À Bidiá, filha da aldeia indígena do Bananal, Peruíbe-SP)
Deixa minha gente brincar
Viver
Cantar
E dançar como quiser...
Queremos caçar
Pescar e preservar a natureza
Não venha com seus costumes
Conceitos e manias
Deixa-nos andar descalços
Sentir a terra e ser feliz
Cara pálida
Quer você queira ou não
O sol sempre brilhará...
Deixa nossos filhos brincarem
Viverem como os pássaros
Voando livres
Longe das gaiolas
Suas correntes invisíveis
Impedem nossa caminhada
Construindo muros imensos
Ocultando as estrelas
Hei cara pálida.
Nosso Deus não é um ser
Que vive acima das estrelas
Nosso Tupã é o sol
A chuva e os rios.
Destino Cigano, Santiago Dias
sábado, 2 de agosto de 2008
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