segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Praça Sete, onde tudo acontece

E lá está Santiago Dias poetando seus versos.
Vendendo poesia em camisetas.
Cooperando para que a energia da praça seja mais amena.
Poesia na Praça Sete - Um projeto de Rogério Salgado e Virgilene

sábado, 2 de agosto de 2008

CARA PÁLIDA
(À Bidiá, filha da aldeia indígena do Bananal, Peruíbe-SP)



Deixa minha gente brincar
Viver
Cantar
E dançar como quiser...

Queremos caçar
Pescar e preservar a natureza

Não venha com seus costumes
Conceitos e manias
Deixa-nos andar descalços
Sentir a terra e ser feliz

Cara pálida
Quer você queira ou não
O sol sempre brilhará...
Deixa nossos filhos brincarem
Viverem como os pássaros
Voando livres
Longe das gaiolas

Suas correntes invisíveis
Impedem nossa caminhada
Construindo muros imensos
Ocultando as estrelas

Hei cara pálida.
Nosso Deus não é um ser
Que vive acima das estrelas
Nosso Tupã é o sol
A chuva e os rios.




Destino Cigano, Santiago Dias

Fatiando a Lua

FATIANDO A LUA

Com a fome que me encontro
Quero comer a lua
E petiscar as estrelas
A sede que tenho
É de beber a via-láctea...
Sinto-me um ser gigante
Caminhando entre as estrelas
Fatiando a lua
Como se fosse um queijo do interior de Minas...
Um ser enorme petiscando as estrelas
Como se fossem azeitonas
Das mais saborosas que existem
A Via-láctea é mais que uma bebida qualquer
É o meu licor preferido
Onde mato a minha sede de poeta.